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Cosme Rímoli - Blogs

A dignidade de Renato Augusto. Não quis ficar ganhando salários sem ser útil ao Fluminense. Corinthians estava certo ao dispensá-lo

Aos 37 anos, o habilidoso e inteligente meia sentiu: não dava mais. Contusões graves travavam seu desempenho. Retorno ao Fluminense foi frustrante. Veio a aposentadoria hoje. Todo o clima tenso que Mano Menezes enfrentou no Corinthians, por dispensá-lo, foi injusto

Cosme Rímoli|Do R7

Renato Augusto voltou ao clube onde 'nasceu' para o futebol. Mas jamais foi o mesmo do auge no Flamengo, no Corinthians Fluminense

Uma conversa sincera entre Renato Augusto e Renato Gaúcho selou o destino do meia.

O treinador, fã do talento, da inteligência do jogador, decidiu testá-lo como centroavante.

‘Aproveitar’ a contusão de Cano para ver seu desempenho.

Na frente, ele não precisaria voltar para ajudar a recomposição do time na intermediária.


Só que não adiantou.

Não conseguiu render.


Não tinha mais a velocidade, a explosão muscular para fazer com a bola o que o raciocínio mandava.

Ele tinha contrato até o final deste ano.


Seu salário era de R$ 600 mil.

Bastaria seguir treinando e recebendo até o final de dezembro.

Mas ele procurou a diretoria, que apostou nele em janeiro de 2024, e foi decidida a rescisão.

Não quis ficar nem para a disputa do Mundial de Clubes, no próximo mês.

Sentia que não seria útil.

E veio a aposentadoria, aos 37 anos.

Renato Augusto teve uma carreira vitoriosa.

Começou no futsal do Fluminense, onde foi bicampeão estadual.

Passou, ainda na base, para o rival Flamengo.

Ganhou a Copa do Brasil e dois Cariocas.

Seu estilo que misturava vigor e inteligência no meio-campo logo chamou a atenção do futebol europeu.

Foi para o Bayern Leverkusen.

Quatro anos depois veio para o Corinthians, ganhou dois Paulistas e o Brasileiro.

Teve proposta milionária da China, do Beijing Guoan.

Foi líder da Seleção Brasileira que ganhou a primeira medalha de ouro olímpica.

E disputou a Copa do Mundo de 2018.

Cumpriu as cinco temporadas e um Campeonato Chinês.

Voltou, com toda a moral, para o Corinthians, em 2021.

Mas ele tinha problemas que pareciam crônicos no joelho direito.

Seu rendimento não era o mesmo.

Chegou a fazer uma artroscopia, mas não adiantou.

Só que havia uma grande ligação emocional entre ele, os dirigentes e a torcida.

Renato Augusto foi líder e vitorioso no Corinthians. Saída foi traumática Conteúdo Estadão

Mano Menezes foi o ‘vilão’ não permitindo a renovação de seu contrato, em outubro de 2023.

Os bastidores foram caóticos para o treinador, que se indispôs com o jogador, com o grupo de atletas, com parte da torcida e da imprensa.

Renato Augusto voltou para o Fluminense, em janeiro de 2024.

O sonho da direção era que formaria uma dupla técnica e muito inteligente com Paulo Henrique Ganso.

Não deu certo pelas seguidas lesões do ex-meia corintiano.

Jamais foi o mesmo.

Fez apenas 35 partidas até hoje.

Marcou um único gol.

Virou reserva de luxo.

Reencontrou Mano Menezes, que encurtou sua carreira no Parque São Jorge.

O clima nunca foi perfeito.

O meia seguiu presença constante no banco.

Para piorar, teve uma séria lesão no ombro esquerdo, em janeiro deste ano.

Não escapou da cirurgia.

Mano já estava demitido quando voltou a atuar.

Desta vez, com Renato Gaúcho.

Renato Augusto foi líder da Seleção Olímpica. E jogou a Copa de 2018. Passagem digna pela Seleção Brasileira CBF

Só que o desempenho seguia abaixo, muito abaixo, do que já tinha mostrado no auge da carreira.

E hoje, o meia enfrentou a realidade.

Rescindiu com o Fluminense.

Foi fiel à sua postura como líder por onde passou.

Não quis ficar recebendo salários e não sendo útil ao clube onde ‘nasceu’.

Renato Augusto foi Renato Augusto.

Jogador que despertou tanto respeito e admiração por onde passou...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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